Acordei com a terra a tremer no meio de um sonho bom. Acordei com uma felicidade inusitada, não sei se do vinho bom que bebi, ou de estar embevecido por uma fonte de luz solar. Lá fora, no lugar da luz encontrei a razão de tamanho reboliço mesmo sobre a minha cabeça - A matança do bicho que por várias vezes me atormentara o rabo e outras tantas vezes quase me ia engolindo vivo.
Não fiquei contente, mas antes perplexo com o sangue quente que jorrava sobre a terra, mesmo ali sobre o lugar que escolhi para adormecer. A humidade quente e doce e o reboliço dos homens foram um espectáculo sem medida. Afastei-me um pouco para observar de longe o movimento desfocado e consertado de tão ardilosa tarefa, de tanto som, de tanta palavra incompreensível, da mestria de saber cumprir uma tarefa com extremado zelo.
O Porco estava morto e a minha felicidade inusitada tinha razão de ser.
A luz subiu no horizonte, momento mágico que não pude acompanhar até ao fim de tanto contentamento que senti sem conseguir ver.
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