24 maio 2005

É uma espécie de

Toquei o negro, flecti o ombro, simulei a entrada no nada.
Ouvi um soluço, um tilintar de vidro partido no chão. Humedeceu-se-me a cara e desatei a correr em frente. Esperei partir-me todo contra qualquer coisa. Caí na água.
Levantei um braço,outro braço e tentei erguer o corpo todo com uma sofreguidão de naufrago. Timidamente abri um olho e depois outro. Observei em volta. Sustive a respiração. Aaaahh…
Toquei um ombro, flecti um braço. Abri a porta, simulei entrar. Ouvi uma voz atrás de mim. Voltei-me. Vi alguém encharcado a caminhar para mim. Afastei-me… ele passou como se não me visse. Tropeçou numa secretária, partiu um copo. O patrão disse-lhe: está despedido.
Timidamente abriu um olho e depois o outro. Olhou em volta e viu alguém. Hesitou entrar. Olhou para mim.

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