... a não ser pelo olhar de Manoel de Oliveira: o belíssimo "Vale Abraão", "O Covento" e o assombroso e viscontiano "Party".
Hoje, um excelente documentário na 2, revela um ser humano amplo e irreverente, que a páginas tantas, quando alguém que não a conhecia lhe perguntou como era a sua escrita, respondeu: "escrevo mais ou menos como o Dostoyevski".
Agustina Bessa-Luís tem uma obra "monstra" no panorana nacional e mesmo internacional, ela própria diz, que se numa determinada fase da sua vida tivesse ido para França, como quase poderia ter acontecido, seria uma grande escritora de língua francesa. Esta falta de humildade está-lhe no sangue e é intrinseca à sua própria personalidade controversa e quantas vezes excessiva. Ela diz ainda, que não se leva muito a sério, considerando que essa seria uma forma de estar, que a colocaria em inferioridade perante a vida. Temos assim um ser humano em toda a sua magnitude a assumir um papel claro, transparente e... lúcido!
Do documentário salta esta frase: "Eu gosto tanto de si, que um dia até sou capaz de ler um dos seus livros".
Perfeitamente adequado para o autor deste post.
2 comentários:
É quase sempre perante figuras assim que me relembro da elegância maior que é não se levar a sério, não ser pedante...
Imagino Agustina BL a sorrir de alguma forma perante a feira de vaidades que muitas das vezes se forma em volta destes novos autores que pululam pelas prateleiras das editoras e nas festas mais "in"...
Não é uma crítica minha (quem sou eu) à vida dessas pessoas muito menos ao que escolhem publicar, mas antes à forma como se vêm escritores, poetas...
É, para mim assombroso isso...
O peso enorme de se considerarem escritores perante a grandeza de pessoas ainda suas contemporaneas q realmente o sao e nem se levam tão a serio assim...
Enfim...
[gosto daqui.]
:)
paula.
dá um salto ao meu blog, por causa do questionário dos livros. abraço
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