04 junho 2011

Má Educação

falta-me uma razão forte, falta-me um desejo pungente, falta-me paixão e querer tudo em demasia, falta-me ser fiel a mim mesmo e espaço para ser diletante. Falta-me ousadia, falta-me seleccionar, falta-me aquilo que me importa ser... Falta-me efectivamente distinção, percorrer o caminho inverso, olhar livre, viver sem amarras, recusar o que parece ser óbvio - entrar em rota de colisão com o que está adormecido, com o que está morto e fede. Com o que parece natural num gajo de 40 anos, com o clima que se vai instalando em mim como coisa de gajo de 40 anos...
Os gajos talvez não tenham idade, os gajos talvez possam recusar ser aquilo que todos parecem crer que são. Os gajos talvez possam colocar-se em ténue planar, em ténue banho morno e em caminho diverso.
Porque será que mentes tão inexploradas e complexas como parece ser a mente humana, tendem "naturalmente" para os padrões, para a boçalidade da uniformização. Que limites, que prerrogativas andaremos a construir. Que sociedade milenar, que aprendizagem... Que ética nos informa?

1 comentário:

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

“Embora com o devido respeito pela opinião alheia, confesso que não me soa bem o substantivo “gajos”. Os ciganos usam-no muito como um termo racista, quando se referem aos homens de outras etnias. Já quanto à boçalidade da uniformização que referes no teu post, parece-me assunto mais pacífico e normal no ser humano. Visto pertencermos à classe dos primatas, não admira que tenhamos adquirido os hábitos de macacos de imitação!