Olhar para a névoa que se solta da água fresca em contacto com a terra ressequida pelo intenso calor é pouco mais que uma visão do esforço do homem para lograr da terra o indefinido perfume que a natureza exala em homenagem a quem a trabalha.
Soltou-se-me este parágrafo, como uma coisa que nos passa de repente pela cabeça, como um turbilhão de ideias sintetizadas em algumas palavras.Parecem algo prosaicas, parecem excessivas, como excessivo é o dizer de Torga, como excessivas são as palavras de Steinbeck. Tudo é em excesso para quem trabalha a terra ou de alguma forma a pensa e sente.
Tudo vale quando a força indomável do homem pretende arrebanhar à terra improdutiva uma colheita única.
Tudo vale e tudo é êxtase quando a terra devolve ao homem na sua infindável generosidade, o verde pungente de uma incipiente videira rodeada de xistos abrasadores e terra seca.
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