As coordenadas, os mapas rabiscados nos guardanapos,os esquiços ocasionais, riscos nas letras do jornal, desenhos na contracapa dos livros, as manchas de vinho sobre as palavras... sempre me fascinaram.
Assim como a lista de afazeres para o dia que decorre e criteriosamente riscada nas tarefas cumpridas. E ainda a lista do dia seguinte que repete as tarefas não cumpridas no dia anterior.
Estes testemunhos congelam, por vezes, momentos inesquecíveis, dias raros, dias vulgares, lugares de intensidade, de tristeza, mas tanbém de felicidade.
São lugares de memória, registos que ajudam na construção daquilo que somos ou vias de cintura interna congestionadas.
O vento, os grãos de areia entre os livros, vestígios de protector solar, o marulhar agitado do mar nas páginas de Boris Vian... ou Douglas Coupland.
Notas de rodapé, frases interrompidas por falta de espaço e continuadas na página seguinte. Lombadas desfeitas e livros amarelos do uso e exposição aos elementos.
Quatro ou cinco momentos especiais incrivelmente registados em fotografias e onde nos vemos mais novos, cheios de vida e quem sabe de esperança.
Ocasionalmente palavras sublinhadas nos livros que nos inspiram saudade e nos fazem recuar no tempo aos tropeções e onde encontramos aquilo que muitas vezes já estava esquecido e nem sequer queríamos lembrar.
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