02 junho 2005

a minha montanha

hoje fiquei de costas voltadas para o verde intenso e primaveril da minha montanha.
Cansei-me da provincia. Renasci cosmopolita.
Recusei as histórias do povo e sobre o povo, e senti que a literatura, como a arte, não se deve encerrar no espaço espartilhado das sensações vagas. E, que o país avança na medida do seu cosmopolitismo e na sua fé profunda em ideias transversais e abrangentes.
Digo-o no dia em que se comemora João de Araújo Correia (escritor alto duriense). Não que recuse o valor intrínseco da sua obra, mas antes na recusa da apropriação vaga e redutora, que facilmente se pode fazer do seu trabalho. Na relação estritamente provinciana que facilmente se faz dos seus escritos, das suas palavras. É que as palavras não são propriedade de uma certa visão do mundo, mas estão ao serviço de quem as explora numa dimensão dilatada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom post. É exactamente como diz.
De resto, a sua produção aqui tem sido bem interessante.