
Mondovino, um documentário de Jonathan Nossiter, é um retrato bastante fiel das pessoas ligadas ao mundo do vinho. Trata-se de uma visão ampla do assunto, onde podemos ver o vinho como mercadoria e o vinho como arte. Sobretudo podemos ver tipos humanos: Se os primeiros vendem ou produzem vinho, como quem poderia produzir embalagens para palitos, os segundos integram a criação do vinho na sua própria existência, o discurso destes é aliás sintomático de quão intensa pode ser esta relação - Homem, Vida e Vinho (HVV).
O filme aborda a questão da globalização e do efeito que esta está a ter na harmonização do gosto (do vinho) a nível mundial. A questão é ponderada pelo filme, sem que no entanto seja manifestada uma posição de um ou outro lado. Muitos disseram que o realizador estava do lado da anti-globalização. Francamente não me pareceu que o filme manifestasse essa posição (o risco seria transformar-se num mau filme, ou pelo menos num filme panfletário). A não ser que o facto de o filme ter sido filmado na integra com câmara à mão e num registo bastante turbulento (exagerado por vezes), logo menos convencional, possa ser conotado com um dos lados da barricada.
Eu por mim, embora a massificação do que quer que seja, me dê um arrepio na espinha, penso também que o processo de globalização, apesar de estar por aí e sendo inevitável, não é propriamente um problema de maior - assim haja espaço para todos e assim haja espaço para o meu gosto pessoal. E para já vai havendo. Ou não?
1 comentário:
bom...receio não merecer o ar que respiro, mas confesso que não sou apreciadora de vinho (só branco e mesmo assim)...
In vino veritas?
:D
paula.
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