25 março 2005

No cinema...

No cinema…
uma das coisas que me fascina são os hiatos temporais que apagam tudo que é supérfluo.

Por outro lado…
também me agrada quando o realizador quer dizer-nos que aquilo que é infímo e parece não ter importância é um factor decisivo, não só na narrativa, como no processo vivencial que constrói os personagens.
Há um cinema que nos quer ocultar os hiatos temporais e mostrar-nos o processo existêncial passo a passo. O grande Kiarostami pode ser um dos exemplos paradigmáticos.

Gosto particularmente…
quando num filme o personagem inicialmente de costas para a câmara de repente se volta e firma um olhar revelador. Nesse preciso momento a câmara subjectiva (o olhar do mesmo personagem) encontra aquela plenitude, a revelação do encontro com algo que possamos considerar fundamental: um profundo desejo de mudança ou uma brisa que agita uma flor.

2 comentários:

Knuque Mo disse...

fellini, amarcord, por exemplo

paula. disse...

falo por mim e apenas numa plataforma quase cómica que é a de uma perfeita ignorante em termos cinematográficos:

as mais belas sequências que encontrei em cinema estavam despovoadas de diálogos, muitas vezes de quase luz e pude ver mais desse filme nesse segmento que num outro inteiro...

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