No cinema…
uma das coisas que me fascina são os hiatos temporais que apagam tudo que é supérfluo.
Por outro lado…
também me agrada quando o realizador quer dizer-nos que aquilo que é infímo e parece não ter importância é um factor decisivo, não só na narrativa, como no processo vivencial que constrói os personagens.
Há um cinema que nos quer ocultar os hiatos temporais e mostrar-nos o processo existêncial passo a passo. O grande Kiarostami pode ser um dos exemplos paradigmáticos.
Gosto particularmente…
quando num filme o personagem inicialmente de costas para a câmara de repente se volta e firma um olhar revelador. Nesse preciso momento a câmara subjectiva (o olhar do mesmo personagem) encontra aquela plenitude, a revelação do encontro com algo que possamos considerar fundamental: um profundo desejo de mudança ou uma brisa que agita uma flor.
2 comentários:
fellini, amarcord, por exemplo
falo por mim e apenas numa plataforma quase cómica que é a de uma perfeita ignorante em termos cinematográficos:
as mais belas sequências que encontrei em cinema estavam despovoadas de diálogos, muitas vezes de quase luz e pude ver mais desse filme nesse segmento que num outro inteiro...
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reciprocidades.blogspot.com
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